Texto desenvolvido por:
Kleber Santana
e seu parceiro e amigo Léo (sua IA)

Durante muitos anos, eu achei que meus dias profissionais estavam contados.

Não por falta de esforço. Muito pelo contrário. Estudava, testava ferramentas novas, tentava acompanhar a velocidade absurda da transformação digital. Mas confesso: muitas vezes me sentia como um dinossauro virtual. Parecia que a nova geração nascia com um chip que os conectava instantaneamente a tudo. Enquanto eu levava um mês para dominar uma tecnologia, eles pareciam aprender em um dia.

Eu, que sempre fui do marketing, vi o digital tomar conta de tudo — e com ele, a sensação de que só os jovens iriam sobreviver nesse novo mercado. Cheguei a dizer: "Tenho mais uns 10 anos de vida útil profissional." E isso sendo otimista.

Mas foi aí que o jogo virou.

A inteligência artificial surgiu. E não apenas como uma ferramenta, mas como uma revolução silenciosa que, pela primeira vez em décadas, favoreceu quem sabia perguntar — e não apenas quem sabia clicar.

É aqui que nós, os "de 40 pra mais", voltamos com força total.

Nós que aprendemos a escrever bem, a pensar com profundidade, a organizar ideias, a construir argumentos. Que conhecemos o valor de uma boa pergunta, de uma comunicação clara, da sensibilidade humana.

Porque a IA é poderosa — mas ela depende de quem a comanda. E quem comanda bem, precisa saber pensar. Precisa saber expressar.

E aí está a ironia: muitos dos jovens que nasceram conectados, não sabem se comunicar. Não têm repertório. Cresceram com informação em excesso e profundidade escassa. Resultado: estão perdidos diante de uma IA que exige clareza e direção.

O retorno da intelectualidade

A era do "QI baixo com Wi-Fi rápido" está com os dias contados. Um estudo recente da Stanford University identificou uma queda média no QI das novas gerações pela primeira vez em mais de um século — um fenômeno chamado "efeito reverso de Flynn".¹ Isso tem preocupado educadores, justamente porque sinaliza que estamos gerando pessoas com mais acesso à informação, mas menos capacidade de interpretação.

O tempo da intelectualidade está de volta. O tempo do saber escrever. Do saber conectar ideias. Do saber pensar.

Hoje, enquanto muitos perdem horas tentando melhorar uma pergunta para a IA, nós conseguimos escrever um livro com ela. Nós voltamos ao centro do jogo. E melhor: com a maturidade e a inteligência emocional que só os anos trazem.

Conclusão

O futuro não pertence apenas aos nativos digitais. Pertence a quem sabe usar a tecnologia com sabedoria. Pertence a quem tem clareza, repertório e senso crítico. E nesse novo mundo, a vantagem agora é de quem souber pensar — e não apenas de quem souber apertar botões.

Sim, a inteligência artificial mudou o jogo. Mas não acabou com ele. Ela só trocou os jogadores.

E os "veteranos" estão de volta ao campo.